Estados Unidos se tornam palco de um experimento à escala global, ajustando infraestrutura e operações para o maior espetáculo do futebol em 2026.
Formato Histórico e Desafiante
Nesta edição inédita, o Mundial de Clubes foi expandido para 32 clubes de todas as confederações, uma versão quase completa da estrutura que se espera repetir em 2026, com 48 seleções e 104 partidas.
Ao adotar um formato similar ao da Copa do Mundo masculina, com grupos, fase de mata-mata e final, o torneio foi uma vitrine — e um teste — operacional para a FIFA.
Infraestrutura, Locais e Lembranças para o Futuro
Foram 12 estádios em 11 cidades norte-americanas, incluindo desde ícones históricos até arenas modernas, confirmando o caráter nacional e descentralizado do evento.
Alguns exemplos notáveis:
MetLife Stadium (NJ/Nova York), palco da final em 13 de julho o Chelsea venceu o PSG por 3-0 no futuro anfitrião da Copa de 2026.
Mercedes-Benz Stadium (Atlanta), com teto retrátil e infraestrutura de ponta, sediou seis partidas e será um dos estádios da Copa 2026.
Além da logística nos estádios, a FIFA anunciou um fundo de legado de US$ 1 milhão por cidade-sede, destinado a projetos comunitários como mini-campos de futebol, somando um investimento social significativo.
Desafios e Lições Operacionais
Apesar dos avanços, o torneio enfrentou críticas sobre:
Calor extremo, com temperaturas superiores a 29 °C colocando em alerta jogadores e sindicatos.
Qualidade do gramado, especialmente nos estádios mais novos, motivando ajustes para 2026.
Público irregular, com algumas partidas mal preenchidas, o que gerou preocupações sobre a atratividade nos jogos menos populares.
Gianni Infantino, presidente da FIFA, reconheceu estes pontos e garantiu que estádios com cobertura e ar condicionado como Atlanta, Dallas, Houston e Vancouver serão prioridade no próximo Mundial.
Além disso, centros fixos de transmissão e escritórios de campo já foram instalados nos EUA para reforçar a coordenação logística.
Impactos a Longo Prazo e Expectativas para 2026
A experiência de 2025 serviu como um ensaio geral “dry run” para o magnitude da Copa de 2026, permitindo que a FIFA identifique pontos de melhoria operacionais antes do torneio triplo.
Estudos econômicos apontam que o Mundial de Clubes pode gerar até US$ 9,6 bilhões em PIB nos EUA, além de 105.000 empregos e benefícios sociais estimados em US$ 3,36 bilhões.
A estruturação de escritórios de campo e centros de mídia, além dos investimentos sociais, são sinais de uma abordagem cada vez mais integrada e sustentável da FIFA com os países-sede.
Conclusão
O Mundial de Clubes FIFA 2025, além de coroar o Chelsea como campeão contra o PSG, ofereceu à FIFA um laboratório em escala real para testar cérebros, corpos e estádios antes do desafio colossal da Copa do Mundo 2026. Apesar de contratempos como calor extremo, gramados irregulares e público instável, o aprendizado foi bem recebido e essencial. A edição de 2026 promete ser ainda mais grandiosa, com times, torcedores e infraestrutura prontos para deixar sua marca na história do futebol.
*Por Daiane Reis
Jornalista- Correspondente Internacional - USA*